Memórias de infância...

Tenho memórias vivas... Parque Antárctica, Pacaembú, Morumbi... arquibancada de cimento, um punhado de amendoins com casca... eu, meu pai e meu avô João sentados esperando pelo começo da peleja! Era um evento e tanto... nada planejado, nada programado... almoço na casa dos meus avós no Domingo, meu pai simplesmente decidia... "hoje nós vamos no campo ver o Palmeiras!". E lá íamos nós... comprávamos o ingresso na entrada, o portão da Turiassú aberto, convidando a todos para contornar os jardins suspensos até a arquibancada que dava para o centro do campo... "vamos chegar cedo pra pegar o melhor lugar...". São tão vivas as memórias que quase posso sentí-las! Quase consigo sentir o cheiro da arquibancada... quase consigo sentir o calor do concreto sob o sol de rachar das 2 da tarde do Domingo... quase consigo sentir as mãos do meu pai e do meu avô me levando, degrau após degrau, para o lugar aonde eu mais gostava de estar com eles... sentado na arquibancada... cantando, sorrindo, gritando, xingando, pulando... torcendo! Comemorando... lamentando... ouvindo o apito final do juiz... esperando pelo próximo jogo em que meu pai decidiria na hora se iríamos ou não pra repetir e viver todo aquele ritual de novo... quase. As memórias ficaram... o espírito está vivo e pulsando dentro de mim... e todas as vezes que entro em uma arena moderna busco por referências... busco por semelhantes... e tudo que vejo são cadeiras de plástico, copos personalizados, selfies, telão de alta definição, chearleaders e... consumidores! Mas o espírito está vivo... o futebol respira... e enquanto houver vida, há esperança!


TM Hooligreen
Arquibancada de cimento molda caráter!

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